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Na passada semana, a União Europeia tomou posição sobre o emprego em Portugal. com Bruxelas a reconhecer que a economia tem criado muitos empregos. As elevadas taxas de desemprego, mês após mês, têm diminuído no nosso País.
Porém, a Comissão Europeia vai mais longe e chama a atenção para a criação de emprego pouco qualificado e com baixos salários. Em termos europeus, só os países de Leste têm o salário mínimo inferior a Portugal (Bulgária, Estónia, Hungria, Letónia, Eslováquia, Lituânia, Polónia e República Checa). O salário mínimo em Portugal (557€) não é comparável com o Luxemburgo (1999€), Reino Unido (1529€), Irlanda (1508€), Alemanha (1498€) e França (1480€).
O salário na atualidade é indissociável da qualificação dos trabalhadores. O nosso problema é que tivemos quarenta anos de Estado Novo em que a educação era de todo desvalorizada. Nesse tempo, o analfabetismo era louvado como forma de manter intactas as tradições e os costumes, enquanto se impunha um pensamento de que para trabalhar não era necessário andar na escola.
É certo que depois do 25 de Abril de 1974 a importância dada à educação transformou-se. Os Municípios puderam assumir responsabilidades educacionais; o grau da educação dos portugueses aumentou substancialmente e o analfabetismo está a desaparecer. Hoje, temos mais alunos na Universidade do que naquele tempo na escola básica. Mas ainda falta percorrer muito caminho para atingir o grau dos países mais desenvolvidos da Europa.
Sem aumentar a qualificação dos portugueses é inútil pensar em melhores e mais bem pagos empregos. A prioridade tem de ser a educação. Como defendia o académico e político da Primeira República, Bernardino Machado, a educação tem de ser a primeira, a segunda e terceira prioridade do País.

Eduardo Vítor Rodrigues
Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia

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