Há dias, li um artigo no “Expresso” intitulado “Europa a caminho do ‘suicídio demográfico'”. Segundo pode ler-se, “em nenhum país da União Europeia o número de nascimentos é suficiente para assegurar a renovação das gerações e na grande maioria dos Estados-membros há vários anos que já se fabricam mais caixões do que se montam berços. Com a população em declínio, o Velho Continente, cada vez mais envelhecido, perderá 50 milhões de habitantes em idade ativa até 2050”.
O que se revela neste artigo é alarmante. Dizem os especialistas que a Europa não está atenta a estes dados demográficos. Que seria necessário agir desde já com boas políticas de incentivo à natalidade. Repito, até 2050 a Europa perderá 50 milhões de habitantes em idade ativa! Como ficará o mercado de trabalho nesta altura? E, mais ainda, se a isto juntarmos as alterações desse mercado por via das transformações da tecnologia, da inteligência artificial, ou seja, da indústria 4.0? Temos motivos de sobra para nos sentirmos preocupados com o futuro. Uma Europa envelhecida não pode ser forte e concorrer com os outros mercados.
Os dados dizem-nos, ainda, que a população africana vai aumentar significativamente, o que provocará um aumento da imigração para a Europa. Teremos, assim, o “suicídio demográfico” e a pressão causada pela massa da imigração.
Precisamos de encontrar soluções rapidamente. Os nossos políticos não podem continuar a esconder a cabeça na areia perante estes sinais alarmantes. Do ponto de vista das autarquias, estes são desafios que se colocam daqui para a frente, dos quais não podemos escudar-nos. As políticas locais são determinantes para combater estas macro problemáticas, numa estratégia de proximidade e preocupação com o futuro das nossas comunidades.
Eduardo Vítor Rodrigues
Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia